EMPRESA

“Em 1953, o casal Luiz Moreira Soares e Laurinda de Sousa Azevedo e seus dois filhos (uma menina de dois anos e um menino de quatro anos) saíram de Portugal e vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor.

Chegaram a um país estranho sem saber o que fazer, pois não havia recursos, aos poucos Seu Luiz, na busca pela sobrevivência da família, realizou alguns trabalhos variados.

Em 1955, chegou o terceiro filho, nessa ocasião o pai trabalhava como garçom em um bar e restaurante em Duque de Caxias e a família morava nos fundos do bar. A mãe fazia o que podia para ajudar a sustentar a família e lavava roupa para fora.

O tempo passou, se mudaram para Ramos, Seu Luiz na época com um simples e velho furgão, trabalhava como vendedor de café moído, e a família já contava com três meninos e três meninas!

As dificuldades cada vez maiores a mãe além de lavar e passar roupas para fora, ia nos dias de feiras no final para pegar as sobras que eram deixadas e aproveitava o que podia e a vida seguia… depois com muita dificuldade conseguiu comprar uma máquina de costura usada, e assim comprava retalhos e fazia algumas roupas simples e vendia para ajuda no sustento a família. Mudaram para Coelho da Rocha, pois o pai agora trabalhava com entrega de carnes direto do matadouro, havia um pequeno quintal na casa, e ali a mãe fez uma horta e vendia em casa as verduras e continuava costurando agora em maior quantidade. Depois de muita luta, muito trabalho e muito sofrimento, a vida foi melhorando. Voltaram para Duque de Caxias e conseguiram alugar um espaço onde foram fazendo um depósito de atacado de cereais e as coisas foram dando certo , alugaram um açougue ao lado do depósito e quem cuidava do açougue era a esposa que se tornou uma excelente açougueira, muito criativa recheava as carnes para assar e os clientes gostavam muito de todas as criações dela, ensinava receitas e assim tudo ia caminhando bem. Até que no ano de 1964 houve uma revolução e o povo foi pra rua e quebrava tudo. O comércio foi todo destruído e o depósito de cereais, assim como todos os caminhões que estavam na frente do depósito para serem descarregados, foi tudo saqueado e destruído. O açougue também destruído. E com toda essa tragédia eles voltaram à estaca zero, mas dessa vez com uma grande diferença, cheios de dívidas! Mercadorias que nem chegaram a entrar no depósito porém eram devidas. E diante do acontecido a esposa perguntou ao marido: “O que vamos fazer?” e ele muito desequilibrado depois de assistir a tudo sendo destruído lhe respondeu “Vamos pedir esmolas“, ela – a esposa – não deixou que o desânimo tomasse conta da família e disse: “Não“! Nós vamos recomeçar! E foi assim que se deu início a mais uma nova etapa de vida para ganhar o sustento da família.

O casal descobriu uma feirinha que funcionava diariamente e durante todo o dia em São João de Meriti, e começaram como camelô comprando uma caixa de jabuticaba diariamente que colocavam em cima de uma caixa vazia e vendiam copo por copo, embalavam dentro de um saquinho de papel e assim a família sobrevivia com muita miséria e trabalho. Mas foi dessa maneira que depois de algum tempo conseguiram comprar um tabuleiro e assim deixaram de ser camelô para serem feirantes e com isso tiveram mais espaço e diversificarão nas vendas , vendiam limões em lotes, pimentões em lotes e com mais essa mudança conseguirão comprar mais tabuleiros até chegarem ao total de 10 tabuleiros. Nessa ocasião o Prefeito do Município tomou a decisão de mudar a feira de local e construir boxes fixos e cada proprietário de tabuleiros teria direito aos boxes na mesma quantidade que tivessem de tabuleiros e com isso eles puderam optar por ficarem com 3 boxes no começo da feira, três no final da feira e quatro no meio da feira, sempre com a família trabalhando cada um fazendo o que podia fazer e com essa mudança as vendas também mudaram. Passaram a vender muita quantidade de legumes e frutas, foi quando compraram um imóvel e construíram um galpão com câmaras frigoríficas. E assim nasceu a Estrela Dalva, com lojas no Cadeg e no Mercado São Sebastião.

Com a construção do Ceasa fomos para lá onde estamos até hoje!

Em setembro de 2017 completamos jubileu de ouro.

50 anos de ESTRELA DALVA!”